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Sobre MANUEL DA BENGALA

 

Manuel da Bengala é um conto popular encontrado em diversas partes do mundo. Por isso alguns estudiosos o consideram um conto de convergência, pois ele está presente em diversas culturas. Na Rússia o conto tem o nome de “João Cachorro e o Camponês Branco”, em Portugal e na Espanha encontramos como “Mama-na-Burra” e “Filho da Burra” (encontramos esses títulos também no Brasil). Em outros países o conto se intitula “João Felpudo”, “O Filho do Urso” entre outros.

A história do menino que assim que nasce, cresce muito rápido e tem uma fome descomunal dá origem a vários outros contos pelo mundo todo. A questão da fome é apresentada por alguns pesquisadores como uma forma de manter e explicar sua força e rapidez de crescimento. Em alguns contos, como “Chico Preguiça” e “João Bobo” só é ressaltada a questão da fome muito grande.

Alguns pesquisadores também vêm Manuel da Bengala como um Rito de Passagem. Manuel cresce muito rápido e tem uma grande força porque isso irá ajudá-lo a enfrentar os problemas da vida até chegar a seu destino ou a um final feliz. Os companheiros que o herói encontra em seu caminho também aparecem em vários contos de diversas culturas. Em alguns casos esses companheiros possuem poderes mágicos ou seus sentidos são muito aguçados (cada companheiro com um sentido absurdamente apurado). Esses “poderes” também ajudam o herói a enfrentar seus obstáculos. 

Manoel da Bengala é um herói clássico. Através dessa narrativa o homem do povo procura explicar a trajetória humana na busca de um destino e de um desejo de encontrar a felicidade.

 

Personagens:

 

  • MANUEL DA BENGALA

  • REI ENCARNADO

  • SÁBIO 1

  • SÁBIO 2

  • BARÃO d’ARAÇÚCAR

  • OPERÁRIO 1

  • OPERÁRIO 2

  • OPERÁRIO 3

  • OPERÁRIO 4

  • PASSA-VAU

  • ARRANCA-SERRA

  • MENINO

  • PRINCESA

  • REI AZUL

  • MÚSICO 1

  • MÚSICO 2

  • MÚSICO 3

  • 4 ATORES (CORTE ENCARNADA, HOMEM DO POVO, CORTE AZUL, CRIADOS ENCARNADOS, CRIADOS DO BARÃO, FLORESTA, ENTRADA DA GRUTA, PALÁCIO BRANCO, LENÇOS).

 

CENA: O palco começa vazio. As cortinas fechadas. O fundo do palco deve ser branco para que se utilize luz para mudança de ambientes. Ouve-se o som solene de uma corneta. As cortinas abrem enquanto vão entrando os músicos como numa marcha. Os outros atores inicialmente cantam em off. Num certo momento entra, com sua corte, o Rei Encarnado. Monta-se um cenário simples (que podem ser estandartes) representando o Reino Encarnado. Podem ser usados brinquedos populares. Muita festa e alegria.

 

MÚSICA: ALEGRIA NO REINO

 

TODOS: Toquem as cornetas

Hoje é um grande dia

Que soem os clarins

Trazendo muita folia.

Vamos todos dançar

Vamos entrar na dança.

Hoje só tem alegria

É dia de esperança.

 

(ENTRA O REI ENCARNADO E SUA COMITIVA)

 

Hoje é dia de festa

É dia de harmonia.

Nasceu o filho do Rei

Que grande alegria.

 

O reino se enche de luz

Se enche de encantamento.

Nasceu o filho do Rei

Que grande acontecimento.

O reino se enche de paz

Com a cor do encarnado.

Nasceu o filho do Rei.

Que Deus seja louvado.

Hoje é dia de festa

É dia de harmonia.

Nasceu o filho do Rei

Que grande alegria.

O Rei com emoção

Batizou o pequenino

Será então Manuel

O nome do menino.

Será um lindo Príncipe

Será Rei um dia.

Num reino de amor

E de sabedoria.

Hoje é dia de festa

É dia de harmonia.

Nasceu o filho do Rei

Que grande alegria.

MUSICO 1: Viva o Reino Encarnado! Viva o Príncipe Manuel!

TODOS: Viva!

(TODOS COMEÇAM A DAR VIVAS AO REINO E AO PRÍNCIPE. O REI ENCARNADO LEVANTA AS MÃOS. TODOS SE CALAM).

REI ENCARNADO: Povo do Reino Encarnado, hoje é um dia de muita festa! Nasceu meu primeiro filho! Um viva para o Príncipe Manuel!

TODOS: Viva!

REI ENCARNADO: Eu estou muito feliz! E para comemorar essa maravilhosa data teremos sete dias de festa!

MÚSICO 2: Viva a festa!

(TODOS DÃO VIVAS. ENTRAM CORRENDO OS SÁBIOS).

SÁBIOS: (JUNTOS E GRITANDO) Majestade! Majestade!

 

(TODOS SE CALAM)

 

SÁBIOS: (JUNTOS) Temos problemas!

MÚSICO 3: Viva os problemas!

 

(TODOS OLHAM PARA ELE DE CARA FEIA. MÚSICO 3 SAI RESMUNGANDO).

 

REI ENCARNADO: (P/OS SÁBIOS) Que problemas são esses?

SÁBIOS: (JUNTOS) Problemas com o Príncipe Manuel!

TODOS: Oh! (TODOS FAZEM BARULHO COMO SE COMENTASSEM O PROBLEMA)

REI ENCARNADO: Saiam todos! (TODOS VÃO SAINDO, INCLUSIVE OS SÁBIOS) Vocês não!! (OS SÁBIOS PARAM – O REI PUXA OS DOIS PARA FRENTE DO PALCO COMO SE ESTIVESSE SEGREDANDO) O que aconteceu com o Príncipe?

SÁBIO 1: Uma coisa muito estranha, Majestade...

SÁBIO 2: Muito esquisita mesmo...

SÁBIO 1: O Príncipe Manuel está crescendo....

SÁBIO 2: Crescendo muito rápido!

REI ENCARNADO: Como assim?

SÁBIO 1: Ele tem horas de nascido, mas já parece um homem feito!

SÁBIO 2: De tamanho, um homem, mas com cara de menino!

SÁBIOS: (JUNTOS) Muito estranho!

SÁBIO 1: E a fome, Majestade?!

REI ENCARNADO: Fome? Que fome?

SÁBIO 2: Uma fome terrível! (NO FUNDO DA CENA CRIADOS COMEÇAM A PASSAR COM PRATOS DE COMIDA – VÃO PASSANDO SEM PARAR) Uma fome sem fim!

SÁBIO 1: Nada parece saciar o Príncipe.

SÁBIO 2: Já comeu um boi inteiro e três galinhas, mas a fome não cessa!

SÁBIO 1: E a força, Majestade?!

REI ENCARNADO: Força? Como assim força? Ele é muito forte?

SÁBIO 1: Tem a força de cem homens! Ou mais!

SÁBIO 2: Assim que nasceu quebrou quatro berços: um de ferro, um de bronze, um de prata e o último de ouro!

SÁBIO 1: Nada parece contê-lo!

REI ENCARNADO: Que será isso?

SÁBIOS: (JUNTOS) Um presságio, Majestade!

SÁBIO 2: Um mau presságio!

REI ENCARNADO: Mau presságio... E o que devo fazer?

SÁBIOS: (JUNTOS) Expulsar seu filho do reino!

REI ENCARNADO: Vocês são loucos! Não posso fazer isso com meu único filho!

SÁBIO 1: Pense bem, Majestade. Essa fome tão terrível será a desgraça de nosso reino! Não conseguiremos alimentar o Príncipe e todos passaram fome...

SÁBIO 2: E a sua força... Ele poderá tomar posse do reino quando quiser. Ninguém poderá vencê-lo...

SÁBIOS: (JUNTOS) Pense bem, Majestade!

REI ENCARNADO: Chega! (OS CRIADOS PARAM DE PASSAR COM AS COMIDAS.) Não posso expulsar meu próprio filho do reino. Mandarei o jovem Príncipe para outro lugar... Para... Para casa do Barão d’Araçúcar para ver o quê acontece por lá. O Barão é meu amigo e receberá feliz o Príncipe! Tragam a minha presença o Príncipe Manuel!

 

(TOCAM AS CORNETAS. O REI VAI COM OS SÁBIOS PARA O FUNDO DO PALCO. ENTRA MANUEL. OS SÁBIOS COM MEDO SE ESCONDEM ATRÁS DO REI.).

 

MANUEL: Chamou, meu pai!

REI ENCARNADO: (P/ OS SÁBIOS) Mas vocês não mentiam! O Príncipe já parece um homem feito! (P/ MANUEL) Meu filho, você deve ir para casa do Barão d’Araçúcar. É uma decisão minha. Você deve ficar por lá por uns tempos!

MANUEL: Mas o que eu fiz, meu pai?

REI ENCARNADO: Nada! Mas essa é a minha decisão! O Barão é meu amigo e o receberá bem!

MANUEL: Se esse é o desejo de meu pai, assim será feito! Mas tenho um pedido a fazer!

SÁBIOS: (JUNTOS E COM MEDO) Um pedido?

REI ENCARNADO: O que deseja, meu filho?

MANUEL: Quero uma bengala de prata! De prata maciça!

REI ENCARNADO: Se esse é o seu desejo ele se realizará! Adeus, meu filho! Tenha uma boa viagem!

MANUEL: Adeus, meu pai!

 

(MANUEL SAI DE CENA)

 

SÁBIOS: (JUNTOS) E agora, Majestade? O que faremos?

REI ENCARNADO: Vamos aguardar os acontecimentos! O tempo dirá o destino de Manuel! (OUTRO TOM) Que soem as trombetas! Ordeno que seja forjada agora mesmo uma bengala de prata para o Príncipe Manuel! Deve ser uma bengala de prata maciça e deve ser usada a prata mais pura que há no reino! Esse é o desejo de meu filho! Que soem as trombetas!

 

(AS TROMBETAS SOAM. O REI E OS SÁBIOS SAEM DE CENA POR UM LADO ENQUANTO SOAM AS TROMBETAS. DOS DOIS LADOS DO PALCO ENTRAM OS MÚSICOS E AS PESSOAS DO REINO CANTANDO).

MÚSICA: MANUEL DA BENGALA

TODOS: Uma bengala, bengala de prata

Da prata mais pura vai se fazer.

Uma bengala, bengala de prata

De ouro ou de lata, não pode ser.

Uma bengala, bengala de prata

De prata maciça vai se fazer.

Uma bengala, bengala de prata

Quem é que vai querer?

 

(ENTRA UM HOMEM DO POVO COM A BENGALA NA MÃO)

 

HOMEM DO POVO: Quem quer é Manuel

O homem e o menino.

Quem quer é Manuel

Príncipe sem destino.

Aonde irá Manuel?

Qual sina terá?                      

Aonde irá Manuel?

Só o tempo dirá.

 

(A BENGALA CORRE DE MÃO EM MÃO)

                       

TODOS: O tempo que corre

Que traça o destino

O tempo que manda

Nesse homem menino

O tempo que fala

Pra onde ele irá.

O tempo que dita

Que nome terá.

                       

Manuel da Bengala

Agora será.

Manuel da Bengala

Vai se chamar.

Manuel da Bengala

Agora será.

Manuel da Bengala

Vai se chamar.

(ENTRA MANUEL E SE COLOCA NO MEIO DO PALCO. A BENGALA VAI ATÉ SUA MÃO E ELE A ERGUE).

MANUEL:  Manuel da Bengala

Agora serei!

Manuel da Bengala,

O filho do Rei!

Manuel da Bengala,

O homem-menino!

Manuel da Bengala

Buscando um destino.

 

(TODOS CERCAM MANUEL)

 

TODOS: Manuel da Bengala,

Então vá buscar

O início do sonho

Em outro lugar.

Manuel da Bengala,

Pode encontrar

Na casa do Barão

Um novo lugar.

(MANUEL SAI DANDO ADEUS POR UM LADO – TODOS DÃO ADEUS A MANOEL E SAINDO POR OUTRO LADO)

TODOS: Manuel da Bengala

Agora será.

Manuel da Bengala

Vai se chamar.

Manuel da Bengala

Agora será.

Manuel da Bengala

Vai se chamar.

(O FINAL DA MÚSICA VAI SE REPETINDO ATÉ TODOS SAÍREM DE CENA. A MÚSICA VAI DIMINUINDO AOS POUCOS. ENTRA CORRENDO UM OPERÁRIO DO BARÃO).

OPERÁRIO 1: (GRITANDO E CORRENDO) Barão! Barão d’ Araçúcar!! Barão!!!

BARÃO: (ENTRANDO) Que é! Porque grita tanto, criatura!

OPERÁRIO 1: O jovem Príncipe!! O Príncipe Manuel está aí e quer vê-lo!

BARÃO: E como ele é?

OPERÁRIO 1: É grande! Mas que estranho. Disseram que ele acabou de nascer...

BARÃO: Não fale mais nada. Faça-o entrar, criatura!

(OPERÁRIO 1 VAI ATÉ A COCHIA DE ONDE SAIU E FAZ UMA REVERÊNCIA)

OPERÁRIO 1: (ANUNCIANDO) O Príncipe Manuel!

MANUEL: (ENTRANDO) Eu sou Manuel da Bengala!! (O OPERÁRIO SAI – MANUEL P/ O BARÃO) Senhor Barão, meu pai mandou que eu viesse para cá morar na sua casa. E aqui estou.

BARÃO: Sim, já sei, Manuel. Seu pai mandou um mensageiro na sua frente com o pedido para que você morasse aqui. Pedido que será atendido. Você pode ficar aqui. Mas para ficar aqui é preciso trabalhar. Na minha casa todo mundo trabalha...

MANUEL: Não tenho medo do trabalho, senhor.

BARÃO: Ótimo! Como você pode ver estamos numa fazenda! Uma fazenda de cana de açúcar! Um canavial!!

(MANUEL E O BARÃO ESTÃO NA FRENTE DO PALCO - OS OPERÁRIOS ENTRAM E MONTAM O CANAVIAL. DEPOIS FORMAM UMA FILA ATRÁS DE MANUEL E DO BARÃO).

BARÃO: E está na época do início do corte da cana. Muito trabalho pela frente. Trabalho para cem homens...

MANUEL: Senhor Barão, quero apenas um lugar para descansar e uma foice. Amanhã a sua cana será toda cortada.

BARÃO: Mas isso não é serviço para um dia só, Manuel! Leva tempo para cortar tudo!

MANUEL: Pois lhe garanto que amanhã, antes do meio dia, a cana estará toda cortada.

BARÃO: Se você assim diz... Mas vamos entrar. Terá lugar de descanso e uma foice.

(O BARÃO E MANUEL SAEM – OS OPERÁRIOS PERMANECEM EM CENA RINDO DE MANUEL. DURANTE AS SUAS FALAS A LUZ VAI MUDANDO COMO SE ANOITECESSE).

OPERÁRIO 1: Esse camarada tá pensando o quê? (IMITANDO COM DEBOCHE) Amanhã, antes do meio dia, a cana estará cortada!! (OUTRO TOM) Ele acha que é grande coisa.

OPERÁRIO 2: Um falastrão!

OPERÁRIO 3:  Não vai agüentar nem segurar na foice!

OPERÁRIO 4: Tá de palhaçada! Mas olha que à noite está chegando!

OPERÁRIO 2: Vamos dormir, porque amanhã eu quero acordar bem cedo. Quero ver esse camarada dando com os burros n’água.

OPERÁRIO 1: Eu também. Não perco essa por nada desse mundo.

(OS OPERÁRIOS SAEM RINDO. A LUZ VOLTA COM FORÇA COMO SE O DIA NASCESSE – MANUEL ENTRA SEGURANDO UMA FOICE E VAI PARA O MEIO DO PALCO).

MANUEL: (SE ESPRIGUIÇA E DIZ) É hora de trabalhar!

(MANUEL COMEÇA UMA COREOGRAFIA GIRANDO A FOICE E FAZENDO MOVIMENTOS COMO SE ESTIVESSE TRABALHANDO – A MÚSICA VEM DA COCHIA E OS OPERÁRIOS VÃO ENTRANDO DEVAGAR OBSERVANDO MANUEL FAZER SEU TRABALHO. ELES TOCAM E CANTAM).

 

MÚSICA: TRABALHA, MANUEL

 

TODOS: Trabalha, Manuel, trabalha

Trabalha que eu quero ver.

Trabalha, Manuel, trabalha

O quê que você vai fazer.

OPERÁRIO 1: Chegou por aqui

Todo metido

Botando banca

Um intrometido.

OPERÁRIO 2: Chegou por aqui

 Todo engomado

Dizendo fazer

Assim e assado

TODOS: Trabalha, Manuel, trabalha

Trabalha que eu quero ver.

Trabalha, Manuel, trabalha

O quê que você vai fazer.

(MANUEL NA COREOGRAFIA COMEÇA A CORTAR TODA A CANA)

OPERÁRIO 3: Mas olhe lá!

Tô espantado

Que o serviço

Tá terminado.

OPERÁRIO 4: Mas olhe lá!

Que empolgação!

Esse Manuel

Não é mole, não.

TODOS: Descansa, Manuel, descansa

Que a cana você cortou.

Descansa, Manuel, descansa

Que o trabalho terminou.

(QUANDO A MÚSICA PÁRA A CANA JÁ ESTÁ TODA CORTADA)

MANUEL: Pronto, terminei! Agora é só colher a cana!

(OS OPERÁRIOS COLHEM A CANA E VÃO RETIRANDO O CENÁRIO)

OPERÁRIO 1: (P/ MANOEL) Rapaz, quer dizer, senhor Príncipe, não é que o senhor fez tudo mesmo!

MANUEL: Não precisa me chamar de Príncipe, me chame de Manuel da Bengala.

OPERÁRIO 1: E olha, não deu nem meio dia ainda!

OPERÁRIO 3: Um viva para Manuel da Bengala!

TODOS: Viva!!

MANUEL: Agora vamos comemorar e comer muito. Esse trabalho me deu uma fome danada!

(MANUEL E OS OPERÁRIOS 2, 3 E 4 SAEM. O OPERÁRIO 1 DEIXA-OS SAÍREM E COMEÇA A CHAMAR).

OPERÁRIO 1: Barão! Barão d’Araçúcar! Barão! Barão!

BARÃO: (ENTRANDO) Que é isso! Porque grita tanto, criatura?

OPERÁRIO 1: Barão, o Manuel da Bengala cortou a cana todinha! E sozinho! Num tem um pé de cana em pé! Já estão fazendo a colheita da cana toda!

BARÃO: Que maravilha!! E onde está esse rapaz?

OPERÁRIO 1: Ele foi comemorar com os operários. Comemorar com muita comida.

(OS CRIADOS DO BARÃO COMEÇAM A PASSAR NO FUNDO DO PALCO COM OS PRATOS DE COMIDA – VÃO PASSANDO SEM PARAR. O OPERÁRIO 1 OLHA PARA A COXIA COMO SE ESTIVESSE VENDO A CENA DA COMEMORAÇÃO. O BARÃO NÃO PERCEBE A CENA).

BARÃO: E está certo! Tem que comemorar! Não quero saber de economia! Quero uma grande comemoração! Com muita comida! Com a cana toda cortada eu vou ser o primeiro a vender! Vou ganhar muito dinheiro! Vou ficar cada vez mais rico!

OPERÁRIO 1: (VENDO A CENA DA COMEMORAÇÃO) O senhor vai ter que ficar muito rico mesmo porque do jeito que esse homem come! (MOSTRANDO) Olha lá, Barão!

BARÃO: (REPARANDO) Meu Deus! Isso é inacreditável!

OPERÁRIO 1: E não é? Ninguém tá comendo! Só ele é que come!

BARÃO: Essa fome toda vai ser a minha ruína!

OPERÁRIO 1: Vai ser sim! Não há dinheiro que chegue!

BARÃO: Vamos acabar com isso! Chega! (OS CRIADOS PARAM DE PASSAR COM A COMIDA) Não posso ficar com esse rapaz aqui. O Rei que me desculpe, mas assim não dá! (P/ O OPERÁRIO1) Mande Manuel embora para o castelo do Rei! Não quero ele aqui!

OPERÁRIO 1: Mas senhor Barão, coitado!

BARÃO: Coitado de mim! Ele vai me levar à falência! Mande ele embora! (SAI)

OPERÁRIO 1: Que jeito, né?! (CORRENDO EM DIREÇÃO DA COXIA ONDE ESTA ACONTECENDO A COMEMORAÇÃO) Manuel! Manuel! Oh, Manuel! (SAI)

 

(NA COXIA COMEÇA A MÚSICA. ENTRA MANUEL. ELE REALIZA UMA COREOGRAFIA COMO UMA CAMINHADA. OS MÚSICOS SE POSICIONAM PARA CONTINUAR TOCANDO A MÚSICA).

 

MÚSICA: EU VOU PELO MUNDO

MANUEL: Eu volto pra casa

Eu vou encontrar

Buscar um destino

É lá o meu lar.

E na minha casa

Se meu pai me acolher

Encontrarei meu destino

Um lugar pra viver.

(TOCAM AS TROMBETAS. ENTRA O REI PELO FUNDO DO PALCO. AS TROMBETAS SÓ CESSAM QUANDO ELE CHEGA NO CENTRO DO PALCO. A MÚSICA NÃO PARA DURANTE AS FALAS).

REI ENCARNADO: Meu filho, você não pode ficar aqui! Pensei bem e percebi que seu lugar não é aqui! Segue seu caminho! Vai pelo mundo, Manuel!

MANUEL: Meu pai, eu vou pelo mundo!

(AS TROMBETAS TOCAM. O REI SAI).

 

MANUEL: Eu vou pelo mundo!

Eu vou encontrar.

Buscar um destino

Um lugar pra ficar.

                       

Eu vou na estrada

Eu vou procurar

Um belo recanto

Onde eu posso sonhar.

                       

E é nesse caminho

Que eu hei de encontrar

Um lugar nesse mundo

Onde eu posso amar.

(DURANTE A MÚSICA ENTRA PASSA-VAU. LEVA UM GRANDE BARCO DE PAPEL NA MÃO. SEUS MOVIMENTOS SÃO OS DE UM BARQUEIRO. A MÚSICA NÃO PARA DURANTE AS FALAS).

 

PASSA-VAU: Oi, você aí! Menino, que mais parece um homem, como é teu nome? Pra onde você vai?

MANUEL: Eu sou Manuel da Bengala. E vou pelo mundo! E como é seu nome?

PASSA-VAU: Eu sou Passa-Vau! Posso ir contigo?

MANUEL: Vamos!

 

(PASSA-VAU SE JUNTA A MANUEL NA COREOGRAFIA)

MANUEL:    Eu vou pelo mundo

Eu vou encontrar.

Buscar um destino

Um lugar pra ficar.

                       

Eu vou na estrada

Eu vou procurar

Um belo recanto

Onde eu posso sonhar.

                       

E é nesse caminho

Que eu hei de encontrar

Um lugar nesse mundo

Onde eu posso amar.

(DURANTE A MÚSICA ENTRA ARRANCA-SERRA. LEVA UMA FOICE NA MÃO. SEUS MOVIMENTOS SÃO OS DE UM TRABALHADOR DO CAMPO. A MÚSICA NÃO PARA DURANTE AS FALAS).

ARRANCA-SERRA: Oi, você aí! Menino, que mais parece um homem, como é teu nome? Pra onde você vai?

MANUEL: Eu sou Manuel da Bengala. E vou pelo mundo! E como é seu nome?

ARRANCA-SERRA: Eu sou Arranca-Serra! Posso ir contigo?

MANUEL: Vamos!

(ARRANCA-SERRA SE JUNTA A MANUEL E A PASSA-VAU NA COREOGRAFIA)

MANUEL: Eu vou pelo mundo

Eu vou encontrar.

Buscar um destino

Um lugar pra ficar.

                       

Eu vou na estrada

Eu vou procurar

Um belo recanto

Onde eu posso sonhar.

                       

E é nesse caminho

Que eu hei de encontrar

Um lugar nesse mundo

Onde eu posso amar.

(TERMINADA A MÚSICA OS MÚSICOS SAEM)

PASSA-VAU: Oh, Manuel, porque você tem esse nome de Manuel da Bengala?

MANUEL: Por causa da minha bengala de prata! Ganhei do meu pai. E você? Por que esse nome de Passa-Vau?

PASSA-VAU: Porque eu sou um navegante! Vivo pelos rios e pelos mares! Mas quero viver outras aventuras.

MANUEL: E você? Por que esse nome de Arranca-Serra?

ARRANCA-SERRA: Porque vivo no campo cortando mato, cortando árvore! E o povo me deu esse nome!

MANUEL: Está tudo bom. Tudo muito bem, mas a gente precisa se organizar nessa nossa caminhada.

PASSA-VAU: É isso mesmo. Mas como é que a gente se organiza?

ARRANCA-SERRA: A gente precisa de comida, né?

MANUEL: Isso. Já está me dando uma fome. Vamos fazer assim: cada um sai uma vez para caçar e arrumar comida para os outros. Combinado?

PASSA-VAU: Combinado!

ARRANCA-SERRA: Combinadíssimo! E eu vou primeiro!

MANUEL: Tá bom. A gente espera você por ali.

PASSA-VAU: Vê se arruma bastante comida.

(MANUEL E PASSA-VAU SAEM. ARRANCA-SERRA COMEÇA A SUA PROCURA. ENTRAM VÁRIOS ATORES REPRESENTANDO A FLORESTA. ELES FAZEM UMA COREOGRAFIA DURANTE A MÚSICA. ARRANCA-SERRA ACOMPANHA A COREOGRAFIA E COMEÇA A SE MOVIMENTAR COMO SE ESTIVESSE CAÇANDO).

MÚSICA: PROCURA DAQUI... PROCURA DE LÁ...

TODOS:        Procura daqui... Procura de lá...

                        Procura, procura... Que vai encontrar!

                        Procura daqui... Procura de lá...

                        Procura, procura... Que vai encontrar!

                        Macaco, raposa ou jabuti.

                        Pato, gambá ou sucuri.

                        A caça bem boa vai encontrar

                        A fome de todos vai saciar!

                        Procura daqui... Procura de lá...

                        Procura, procura... Que vai encontrar!

                        Procura daqui... Procura de lá...

                        Procura, procura... Que vai encontrar!

(DURANTE A MÚSICA O MENINO ENTRA EM CENA E VAI SE ESGUEIRANDO PELA FLORESTA ATÉ ESTAR DO LADO DE ARRANCA-SERRA. QUANDO O MENINO FALA A MÚSICA E A FLORESTA PARAM).

MENINO: (P/ ARRANCA-SERRA) Oh moço, me dá fogo pr'o meu cachimbo?

ARRANCA-SERRA: Sai pra lá, menino. Eu estou caçando!

MENINO: Dá fogo pr'o meu cachimbo, moço!

ARRANCA-SERRA: Não tem fogo nenhum aqui, menino. Vai embora.

MENINO: Se o senhor “dé” fogo pr'o meu cachimbo eu lhe digo onde tem uma princesa prisioneira.

ARRANCA-SERRA: Não quero saber de princesa, menino.

(O MENINO PEGA O CACHIMBO E BATE COM FORÇA NA CABEÇA DE ARRANCA-SERRA QUE CAI DESMAIADO. A FLORESTA E O MENINO SAEM DE CENA. ENTRAM MANUEL E PASSA-VAU).

MANUEL: (APONTANDO) Olha lá, Passa-Vau! Deitado no chão... só descansando. Que molenga!

PASSA-VAU: (SACUDINDO ARRANCA-SERRA) Acorda, rapaz!

ARRANCA-SERRA: (ACORDANDO) Aí, meu Deus! Eu morri?!

MANUEL: Morreu nada...

PASSA-VAU: Tá aí deitado em vez de buscar comida pra gente!

ARRANCA-SERRA: (LEVANTANDO COM MEDO) Vocês não sabem o quê me aconteceu. Eu estava caçando... caçando... e veio um menino terrível! Falou de cachimbo... de Princesa prisioneira! Me deu uma pancada na cabeça e eu não lembro de mais nada!

 

(MANUEL E PASSA-VAU SE OLHAM E CAEM NA RISADA)

 

MANUEL: (RINDO) Mas que bobajada, rapaz!

PASSA-VAU: (RINDO) Um homem desse tamanho com medo de um menino...

MANUEL: Onde é que já se viu isso. Se não queria caçar era só avisar!

PASSA-VAU: Deixa que eu vou então! (TIRA A FOICE DA MÃO DE ARRANCA-SERRA). Vocês ficam pra lá que eu arrumo a comida!

MANUEL: Vê se não arruma desculpa você também!

PASSA-VAU: Que desculpa nenhuma! Eu sou o Passa-Vau!

 

(MANUEL E ARRANCA-SERRA SAEM. ENTRA A FLORESTA NA COREOGRAFIA. PASSA-VAU SE MOVIMENTA COMO SE ESTIVESSE CAÇANDO).

 

MÚSICA: PROCURA DAQUI... PROCURA DE LÁ...

 

TODOS:        Procura daqui... Procura de lá...

                      Procura, procura... Que vai encontrar!

                      Procura daqui... Procura de lá...

                      Procura, procura... Que vai encontrar!

 

                      Coelho, porco ou jacaré.

                      Tamanduá, onça ou bicho de pé.

                      A caça bem boa vai encontrar

                      A fome de todos vai saciar!

                        Procura daqui... Procura de lá...

                        Procura, procura... Que vai encontrar!

                         Procura daqui... Procura de lá...

                        Procura, procura... Que vai encontrar!

(DURANTE A MÚSICA O MENINO ENTRA NOVAMENTE EM CENA E VAI SE ESGUEIRANDO PELA FLORESTA ATÉ ESTAR DO LADO DE PASSA-VAU. QUANDO O MENINO FALA A MÚSICA E A FLORESTA PARAM).

MENINO: (P/ PASSA-VAU) Oh moço, me dá fogo pr'o meu cachimbo?

PASSA-VAU: Garoto, já ouvi falar em você, me deixa em paz.

MENINO: Dá fogo pr'o meu cachimbo, moço!

PASSA-VAU: Não tem fogo nenhum, menino. Vai embora.

MENINO: Se o senhor “dé” fogo pr'o meu cachimbo, eu lhe digo onde tem uma princesa prisioneira.

PASSA-VAU: Não quero saber de princesa, menino, me deixa em paz.

 

(O MENINO PEGA O CACHIMBO E BATE COM FORÇA NA CABEÇA DE PASSA-VAU QUE CAI DESMAIADO. A FLORESTA E O MENINO SAEM DE CENA. ENTRAM MANUEL E ARRANCA-SERRA).

 

MANUEL: (APONTANDO) Olha lá, Arranca-Serra! De novo a mesma história. Que molenga!

ARRANCA-SERRA: Eu não disse... eu não disse... (SACUDINDO PASSA-VAU) Acorda, rapaz! Acorda!

PASSA-VAU: (ACORDANDO) Aí, meu Deus! Eu morri?!

MANUEL: Morreu nada...

ARRANCA-SERRA: Eu não falei? Foi o menino, não foi?

PASSA-VAU: (LEVANTANDO COM MEDO) Rapaz, você tinha razão! Eu estava caçando... caçando... e veio o menino terrível! Falou também de cachimbo... de Princesa prisioneira! Me deu uma pancada na cabeça e eu não lembro de mais nada!

MANUEL: (FURIOSO) Mas onde já se viu isso. Dois homens desse tamanho com medo de um menino... Deixa que eu vou caçar!

PASSA-VAU: Quer a foice?

MANUEL: Eu tenho minha bengala de prata!  Vocês ficam pra lá que eu vou dar um jeito nisso!

 

(PASSA-VAU E ARRANCA-SERRA SAEM. ENTRA A FLORESTA NA COREOGRAFIA. MANUEL SE MOVIMENTA COMO SE ESTIVESSE CAÇANDO).

 

MÚSICA: PROCURA DAQUI... PROCURA DE LÁ...

 

TODOS:          Procura daqui... Procura de lá...

                        Procura, procura... Que vai encontrar!

                        Procura daqui... Procura de lá...

                        Procura, procura... Que vai encontrar!

                        Sapo, elefante ou tatu.

                        Anta, sagüi ou urubu.

                        A caça bem boa vai encontrar

                        A fome de todos vai saciar!

                        Procura daqui... Procura de lá...

                        Procura, procura... Que vai encontrar!

                        Procura daqui... Procura de lá...

                        Procura, procura... Que vai encontrar!

(DURANTE A MÚSICA O MENINO ENTRA NOVAMENTE EM CENA E VAI SE ESGUEIRANDO PELA FLORESTA ATÉ ESTAR DO LADO DE MANUEL. NESSE MOMENTO PASSA-VAU E ARRANCA-SERRA SE ESGUEIRAM PELA FLORESTA E OBSERVAM TUDO. QUANDO O MENINO FALA A MÚSICA E A FLORESTA PARAM).

 

MENINO: Oh moço, me dá fogo pr'o meu cachimbo?

MANUEL: Garoto, me deixa em paz.

MENINO: Dá fogo pr'o meu cachimbo, moço!

MANUEL: Não tem fogo nenhum, menino. Eu quero caçar!

MENINO: Se o senhor “dé” fogo pr'o meu cachimbo, eu lhe digo onde tem uma princesa prisioneira.

MANUEL: Quero lá saber de princesa, menino, me deixa!

 

(O MENINO PEGA O CACHIMBO E BATE COM FORÇA NA CABEÇA DE MANUEL)

 

MANUEL: (COÇANDO A CABEÇA). Aí, sua peste! Batendo com isso na minha cabeça! Você vai ver agora!

 

(MANUEL E O MENINO COMEÇAM UMA LUTA TERRÍVEL. A LUTA DEVE SER ACOMPANHADA DE PERCUSSÃO. ARRANCA-SERRA E PASSA-VAU OBSERVAM. EM UM CERTO MOMENTO MANUEL CONSEGUE TIRAR O CHAPÉUZINHO DO MENINO. O MENINO PÁRA DE LUTAR).

 

MENINO: Me dá meu chapeuzinho!

MANUEL: Não “dô”!

MENINO: Me dá meu chapeuzinho!

MANUEL: Não “dô”!!

MENINO: Me dá meu chapeuzinho!

MANUEL: Só lhe dou se você me disser onde está à princesa prisioneira!

MENINO: “Tá” bom! Então vem comigo!

 

(MANUEL E O MENINO COMEÇAM SUA JORNADA – MINHA SUGESTÃO É QUE UTILIZEM A PLATÉIA NESSA CAMINHADA. ELES PODEM SAIR POR UMA DAS COXIAS E DEPOIS APARECER NA PLATÉIA. PASSA-VAU E ARRANCA-SERRA SAEM DE SEUS ESCONDERIJOS).

 

PASSA-VAU: E agora o que a gente faz?

ARRANCA-SERRA: Vamos atrás deles. Eu quero ver onde esse menino vai levar o Manuel!

PASSA-VAU: Mas pra quê?

ARRANCA-SERRA: Ele pode levar Manuel até algum tesouro. Alguma grande fortuna.

PASSA-VAU: Você acha?

ARRANCA-SERRA: Claro! Essa Princesa prisioneira deve ter um pai. Um Rei. E esse Rei deve ser muito poderoso e pode dar a Manuel uma grande fortuna!

PASSA-VAU: Um prêmio talvez...

ARRANCA-SERRA: Isso. E eu quero parte desse prêmio pra mim!

PASSA-VAU: Ah, eu também quero! Vamos, vamos!

 

(ARRANCA-SERRA E PASSA-VAU SEGUEM MANUEL E O MENINO. ELES DEVEM SAIR PELO MESMO LADO QUE OS DOIS. A FLORESTA SAI PELAS DUAS COXIAS. ENTRAM MANUEL E O MENINO).

 

MANUEL: Vai demorar muito?

MENINO: Calma. Tá com pressa?

MANUEL: Este lado da floresta é muito escuro.

MENINO: (DEBOCHANDO) Tá com medo?

MANUEL: E você tá querendo levar uma bengalada na cabeça?

MENINO: Se você quiser a gente pára. É só você me dar meu chapeuzinho.

MANUEL: Anda logo!

 

(ELES DÃO MAIS UNS PASSOS. DE REPENTE O MENINO PÁRA E APONTA PARA FRENTE DO PALCO).

 

MENINO: Ali!

MANUEL: O quê?

MENINO: A pedra!

 

(ENTRAM DOIS ATORES DA COXIA – UM DE CADA LADO – E FORMAM UMA BARREIRA NA FRENTE DO PALCO COM PLACAS IMITANDO PEDRAS. ESSE MOVIMENTO DEVE SER ACOMPANHADO DE PERCURSÃO).

 

MANUEL: E o que tem aquela pedra?

MENINO: Atrás da pedra está a Princesa prisioneira!

MANUEL: E como vamos passar pela pedra?

MENINO: Você ainda não viu nada!

 

(OS DOIS SE APROXIMAM DA PEDRA. O MENINO FAZ UM GESTO MÁGICO QUE DEVE SER ACOMPANHADO POR PERCURSÃO. A PEDRA SE ABRE).

 

MENINO: (COM VOZ ENIGMÁTICA). Vamos, Manuel, vamos encontrar a princesa!

 

(OS DOIS PASSAM PELA ABERTURA E SAEM DE CENA. A PEDRA SE FECHA. ENTRAM PASSA-VAU E ARRANCA-SERRA – PELO MESMO LADO QUE MANUEL E O MENINO ENTRARAM. VÃO CORRENDO ATÉ A PEDRA).

 

PASSA-VAU: Você viu isso?

ARRANCA-SERRA: O menino era mágico!

PASSA-VAU: Por isso ele derrotou a gente tão fácil!

ARRANCA-SERRA: Danado!

PASSA-VAU: E agora? O quê a gente faz?

ARRANCA-SERRA: Vamos nos esconder. Se eles entraram por aí, é por aí que eles vão sair.

 

(OS DOIS SAEM DE CENA SE ESCONDENDO. UMA PERCURSÃO MARCA A MUDANÇA DE CENA. DURANTE A PERCURSÃO A PEDRA SE DESFAZ INDO CADA ATOR PARA UMA COXIA. ELES DEVEM FAZER UMA COREOGRAFIA PARA ESSA SAÍDA. ASSIM QUE ELES SAEM ENTRAM MANUEL E O MENINO. A ILUMINAÇÃO DEVE MUDAR DANDO UM AR DE GRUTA OU CAVERNA).

 

MANUEL: Que lugar estranho. Onde estamos?

MENINO: É o meu lar, Manuel! É aonde eu vivo!

MANUEL: Você mora aqui?

MENINO: (ENIGMÁTICO). Há muitos e muitos anos! Estou aqui desde o início dos tempos! E vou ficar para sempre!

MANUEL: Eu, hein?! E onde está a princesa?

MENINO: Ali!

 

(O MENINO FAZ UM GESTO EM DIREÇÃO A OUTRA COXIA. SURGE O CASTELO BRANCO. O CASTELO PODE SER FEITO COM PANOS. O SURGIMENTO DO CASTELO DEVE SER ACOMPANHADO PELO SOM DE UM INSTRUMENTO. UMA FLAUTA POR EXEMPLO. DE DENTRO DO CASTELO SURGE A PRINCESA. ELA VEM CHORANDO. MANUEL A OLHA COM TERNURA E PAIXÃO).

 

MENINO: Pronto, aí esta a Princesa. Agora me dê meu chapeuzinho.

MANUEL: Só dou depois que você deixar eu e a princesa conversarmos.

MENINO: “Tá” bom!

 

(O MENINO SAI. MANUEL SE APROXIMA DA PRINCESA).

 

MANUEL: Por que está chorando, Princesa?

PRINCESA: Você corre grande perigo estando aqui. Eu sou prisioneira nesse lugar. Esse menino, não é menino coisa nenhuma, é um bruxo disfarçado. Um bruxo muito malvado que me prendeu aqui. Eu não tenho destino. Meu destino é ficar presa aqui. E só posso sair, se alguém ficar em meu lugar.

MANUEL: Não se preocupe Princesa. Eu ficarei em seu lugar.

PRINCESA: Como é o seu nome?

MANUEL: Manuel da Bengala!

PRINCESA: Manuel, você não sabe o quê está dizendo. Eu sofri por muito tempo ficando aqui sozinha.

MANUEL: Você não merece sofrer Princesa. Eu ficarei no seu lugar.

 

(A PRINCESA DÁ PARA MANUEL UM LENÇO BRANCO. MANUEL O BEIJA E CANTA).

 

MÚSICA: NA SUA MÃO.

 

MANUEL:    Quem me dera poder voltar

                        Fazer o tempo pra trás andar.

                        Pra impedir e não deixar

                        Essa tristeza no seu olhar.

 

                        Peço perdão por não saber

                        Do seu tormento, seu padecer.

                        Não me perdôo à desatenção.

                        Deixar sofrer o seu coração.

 

                        Mas lhe prometo com muito ardor

                        Tornar sua vida um roseiral em flor.

                        Vê-la feliz, sem aflição.

                        Essa será minha ambição.

 

                        Que Deus permita eu conseguir

                        Que você aceite o que vou pedir:

                        Quero que guarde meu coração

                        Quero deixa-lo na sua mão. 

 

(A PRINCESA BEIJA UM LENÇO AZUL E O DÁ PARA MANUEL. ENTRA O MENINO).

 

MENINO: (INTERROMPENDO) Pronto, já conversou com a Princesa. Agora me dê meu chapeuzinho.

MANUEL: Só dou se você libertar a princesa. Eu ficarei no lugar dela.

MENINO: “Tá” bom!

 

(O MENINO FAZ UM GESTO MÁGICO QUE É ACOMPANHADA POR PERCURSÃO. A PRINCESA FAZ UM MOVIMENTO COMO SE ESTIVESSE SENDO PUXADA PARA A COXIA. ANTES DE SAIR ELA JOGA UM LENÇO VERMELHO PARA MANUEL – ESSES MOVIMENTOS SÃO TODOS ACOMPANHADOS POR PERCUSSÃO).

 

PRINCESA: (SAINDO E JOGANDO O LENÇO VERMELHO) Tome Manuel. Pra você não esquecer de mim! (SAI).

 

(MANUEL PEGA O LENÇO E O BEIJA COM AMOR. O MENINO INTERROMPE A CENA).

 

MENINO: Agora me dê meu chapeuzinho.

MANUEL: Você quer seu chapeuzinho?

MENINO: Quero!

MANUEL: Mas eu não dou.

 

(MANUEL JOGA O CHAPEUZINHO NO CHÃO E BATE COM A BENGALA NELE. O MENINO, QUE DEVE ESTAR PRÓXIMO A COXIA, COMEÇA A SE SACUDIR COMO SE ESTIVESSE TENDO UM ATAQUE).

 

MENINO: Maldito! Agora você vai conhecer a minha fúria!

 

(O MENINO VAI SE ABAIXANDO COMO SE ESTIVESSE ACONTECENDO UMA TRANSFORMAÇÃO. POR TRÁS DELE SURGE UM GRANDE BONECO DE UM TERRÍVEL BRUXO. MANUEL GIRA A BENGALA E FAZ COMO SE BATESSE NO BRUXO. ESSE VAI ABAIXANDO COMO SE TIVESSE SE DESMANCHANDO COMO O MENINO. O CASTELO BRANCO COMEÇA A DESMANCHAR. UM BARULHO MUITO GRANDE TOMA A CENA. A LUZ PISCA INTENSAMENTE. O BONECO E O MENINO SAEM DE CENA POR UM LADO E MANUEL POR OUTRO. A LUZ FICA EM PENUMBRA. A PERCUSSÃO DE MUDANÇA DE CENA VOLTA. ENTRA PASSA-VAU E ARRANCA-SERRA. A LUZ VOLTA AO NORMAL).

 

PASSA-VAU: A gente tá esperando aqui há um tempão e eles não saem daí.

ARRANCA-SERRA: Calma! Alguma coisa vai acontecer!

 

(A PERCUSSÃO DA MÁGICA DO MENINO VOLTA. ENTRA A PRINCESA COMO SE ESTIVESSE SENDO CARREGADA POR ESSA MÁGICA. PÁRA ENTRE PASSA-VAU E ARRANCA-SERRA)

 

PRINCESA: Aí, o que aconteceu?

OS DOIS: (JUNTOS) A Princesa prisioneira!

PRINCESA: (CONFUSA) Eu estava presa lá dentro... Manuel me libertou... Não sei como fui parar aqui...

ARRANCA-SERRA: Calma Princesa!

PASSA-VAU: Muita calma!

ARRANCA-SERRA: Nós a levaremos para o palácio de seu pai...

PASSA-VAU: É. E lá resolveremos tudo!

PRINCESA: E o Manuel... O que será de Manuel? Ele deve estar correndo perigo...

 

(A PRINCESA SAI ARRASTADA PELOS DOIS. O BARULHO VOLTA. AS LUZES PISCAM. ENTRA MANUEL. FICA ANDANDO DE UM LADO PARA OUTRO).

 

MANUEL: Nossa! Que confusão! É melhor eu sair daqui rapidinho! Mas sair por onde? Onde é a saída? (MANUEL VAI PARA O MEIO DO PALCO E APONTA PARA FRENTE) É lá!

 

(ENTRAM OS ATORES E SE COLOCAM NA FRENTE DO PALCO COM AS DUAS PLACAS IMITANDO PEDRA FAZENDO UMA BARREIRA)

 

MANUEL: Mas com essa pedra eu não posso sair! Não tenho a mágica do menino. Eu vou resolver do meu jeito! E é agora!

 

(MANUEL GIRA A BENGALA NO ALTO E BATE NA PEDRA. GRANDE BARULHO. A BARREIRA SE ABRE E OS ATORES SAEM DE CENA. TODO BARULHO E ILUMINAÇÃO CESSAM – A CENA VOLTA AO NORMAL. MANUEL FICA SOZINHO NO PALCO).

 

MANUEL: Ufa! Consegui! Mas e agora? Onde está a minha Princesa? (PROCURANDO) Princesa! Princesa! Princesa! (SAI).

 

 (TOCAM TROMBETAS ENTRA A COMITIVA DO REI AZUL TRAZENDO O CENÁRIO DO REINO AZUL  - QUE PODE SER UM GRANDE ESTANDARTE. EM SEGUIDA ENTRAM O REI AZUL, PASSA-VAU, ARRANCA-SERRA E A PRINCESA. O REI AZUL ESTÁ MUITO FELIZ RINDO ATOA. TODOS ESTÃO RINDO. SÓ A PRINCESA CHORA).

 

REI AZUL: (MUITO FELIZ) Que alegria! Que satisfação! Minha filha voltou! Quero muito festa! Muita alegria! (ABRAÇA PASSA-VAU E ARRANCA-SERRA) Obrigado meus amigos! Muito obrigado!

MÚSICO 1: Um viva para os amigos do Rei Azul!

TODOS: Viva!

PRINCESA: (CHORANDO) Mas não foram esses os meus salvadores, papai...

REI AZUL: (INTERROMPENDO E ABRAÇANDO A PRINCESA SEM DAR ATENÇÃO AO QUE ELA DIZ) Quanta alegria, meu Deus! Quanta alegria!

PRINCESA: Mas, papai...

REI AZUL: Agora preciso saber o que meus novos amigos desejam como prêmio! Peçam, meus amigos! Peçam!

PRINCESA: Mas, papai...

REI AZUL: Psiu, minha filha! Quero silêncio! Preciso saber o desejo dos seus salvadores!

MÚSICO 2: Todos façam silêncio!

MÚSICO 3: (GRITANDO). SILÊNCIO!

 

(TODOS FAZEM CARA FEIA PARA O MÚSICO 3 – ELE SAI RESMUNGANDO)

 

REI AZUL: (P/ PASSA-VAU E ARRANCA-SERRA). Então, meus amigos o quê desejam como prêmio?

PASSA-VAU: Eu quero...

ARRANCA-SERRA: (INTERROMPENDO) Um minuto, Majestade!

 

(ARRANCA-SERRA PUXA PASSA-VAU PARA UM CANTO. TODOS FICAM OLHANDO CURIOSOS).

 

ARRANCA-SERRA: Você sabe o que vai pedir, Passa-Vau?

PASSA-VAU: Eu sei!

ARRANCA-SERRA: O que é?

PASSA-VAU: (CONTENTE) Eu quero me casar com a Princesa. (MUDANÇA DE TOM) E você? Vai pedir o quê, Arranca-Serra? Se quiser a Princesa vai ter briga!

ARRANCA-SERRA: Eu não quero saber dessa Princesa. Ela é muito chorona! A minha parte eu quero em dinheiro!

PASSA-VAU: Ah, bom!

ARRANCA-SERRA: Vamos logo se não essa Princesa estraga tudo! (VOLTANDO) Majestade, já escolhemos nossos pedidos!

REI AZUL: Digam! Digam! Estou curioso!

ARRANCA-SERRA: Meu amigo Passa-Vau deseja casar-se com sua filha, a Princesa!

MÚSICO 2: Um viva para o casamento de Passa-vau e a Princesa!

TODOS: Viva!

 

(A PRINCESA CHORA ALTO)

 

REI AZUL: Que beleza! Vejam como minha filha ficou emocionada com o pedido! E você, Arranca-Serra? O que deseja?

ARRANCA-SERRA: Eu desejo uma soma em dinheiro! A soma que vossa majestade achar justa!

REI AZUL: Pois assim será! Toquem as trombetas! Como prêmio por salvarem nossa amada Princesa, nosso amigo Arranca-Serra vai ganhar a soma equivalente ao resgate de um Rei! E que comecem os preparativos do casamento da Princesa com Passa-Vau! Toquem as trombetas!

MÚSICOS: Um viva para os salvadores da Princesa!

TODOS: VIVA!

 

(TOCAM AS TROMBETAS – O REI SAI SEGUIDO POR SUA COMITIVA QUE LEVA O CENÁRIO. ATRÁS DELES VÃO ARRANCA-SERRA E PASSA-VAU ESFREGANDO AS MÃOS. POR ÚLTIMO A PRINCESA CHORANDO E DIZENDO).

 

PRINCESA: (CHORANDO) Mas não foram esses os meus salvadores... (SAI).

 

(ENTRA MANUEL DO OUTRO LADO DO PALCO).

 

MANUEL: (CHAMANDO) Princesa! Princesa! Nada... (MANUEL SENTA NO CHÃO – ESTÁ CANSADO) Nunca mais vou encontrar minha amada Princesa! Só ficaram os lenços que ela me deu! Se eles pudessem me ajudar... (PEGA O LENÇO BRANCO).

 

MÚSICA: VOA LENÇO, VOA.

 

MANUEL:    Voa lenço, voa e vai encontrar

                        Vai encontrar aquela a quem sempre vou amar

 

                        Voa lenço, voa. Voa com paixão

                        E vai ao encontro da dona. Da dona do meu coração

 

(MANUEL JOGA O LENÇO BRANCO NO AR. ENTRA UM ATOR E APANHA O LENÇO. O ATOR ESTÁ MANIPULANDO UM BRINQUEDO POPULAR EM FORMA DE PÁSSARO BRANCO. A PRINCESA ENTRA DO OUTRO LADO DA CENA SEGUIDA PELO REI AZUL. O ATOR VAI ATÉ ELA, ENTRAGA LHE O LENÇO E SAI. ESSES MOVIMENTOS E A FALA DA PRINCESA SÃO ACOMPANHADOS PELA MÚSICA).

 

PRINCESA: (MOSTRANDO O LENÇO) Olha meu pai, este lenço é do homem que me ama!!

 

(MANUEL PEGA O LENÇO AZUL).

 

MÚSICA: VOA LENÇO, VOA

 

MANUEL:    Voa lenço, voa no azul, na imensidão

                        Vai encontrar aquela que me deu seu coração

 

                        Voa lenço, voa. Desfaz a sua trama

                        Vai encontrar aquela que me ama.

 

(MANUEL JOGA O LENÇO AZUL NO AR. ENTRA UM ATOR E APANHA O LENÇO. O ATOR ESTÁ MANIPULANDO UM BRINQUEDO POPULAR EM FORMA DE PÁSSARO AZUL. O ATOR VAI ATÉ A PRINCESA, ENTRAGA LHE O LENÇO E SAI. ESSES MOVIMENTOS E A FALA DA PRINCESA SÃO ACOMPANHADOS PELA MÚSICA).

 

PRINCESA: (MOSTRANDO O LENÇO) Olha meu pai, este lenço é do homem que eu amo!!!

 

(MANUEL PEGA O LENÇO VERMELHO).

 

MÚSICA: VOA LENÇO, VOA

 

MANUEL:    Voa lenço, voa e me leva nos teus braços

                        Quero encontrar aquela que é dona dos meus abraços.

 

                        Voa lenço, voa. Voa com todo ardor.

                        Quero estar agora nos braços do meu amor

 

(MANUEL JOGA O LENÇO VERMELHO NO AR. ENTRA UM ATOR E APANHA O LENÇO. EM SEGUIDA ELE MANIPULA UMA ENORME BANDEIRA VERMELHA. COLOCA A BANDEIRA NA FRENTE DE MANUEL. MANUEL DEVE ESTAR BEM PRÓXIMO A COCHIA, POIS ELE DEVE SAIR SEM SER VISTO PELO PÚBLICO. O ATOR VAI MOVIMENTANDO A BANDEIRA NUMA COREOGRAFIA COMO SE ESTIVESSE VOANDO. A COREOGRAFIA DEVE DAR TEMPO AO ATOR QUE FAZ MANUEL PASSAR POR TRÁS DO PALCO. O ATOR QUE MANIPULA A BANDEIRA CHEGA ATÉ O OUTRO LADO DO PALCO E ESTENDE A BANDEIRA PRÓXIMA A COXIA. O ATOR QUE FAZ MANUEL ENTRA – SEM SER VISTO PELO PÚBLICO E FICA NA MESMA POSIÇÃO QUE ESTAVA ANTES. O ATOR MANIPULA MAIS UM POUCO A BANDEIRA E SAI. A MÚSICA CESSA. MANUEL SE LEVANTA).

 

PRINCESA: (MOSTRANDO MANUEL) Olha meu pai, esse é Manuel. Manuel da Bengala! Foi ele que me salvou. E é o homem que eu amo.

 

(MANUEL E A PRINCESA SE ABRAÇAM)

 

REI AZUL: Então eu já entendi tudo! Toquem as trombetas!

 

(AS TROMBETAS TOCAM. ENTRA A COMITIVA DO REINO AZUL – CARREGANDO E MONTANDO O CENÁRIO DO REINO AZUL. ENTRAM TAMBÉM PASSA-VAU E ARRANCA-SERRA QUE SE ESPANTAM QUANDO VEM MANUEL).

 

REI AZUL: (P/ PASSA-VAU E ARRANCA-SERRA) Bandidos! Merecem a morte!

 

(ARRANCA-SERRA E PASSA-VAU SE AJOELHAM PEDINDO CLEMÊNCIA)

 

ARRANCA-SERRA E PASSA-VAU:  Piedade, senhor! Piedade!

REI AZUL: Vão morrer por tentar me enganar!

MANUEL: (INTERROMPENDO) Não, Majestade! Chega de tristeza! O momento é de alegria!

REI AZUL: Tem razão! Mas o que devo fazer?

MANUEL: Mande esses dois embora! E que nunca mais voltem ao reino!

REI AZUL: Estão ouvindo bandidos! Sumam daqui e não voltem nunca mais!

 

(ARRANCA-SERRA E PASSA-VAU SAEM ENVERGONHADOS)

 

REI AZUL: E agora, Manuel da Bengala? O que você vai querer?

MANUEL: Eu quero casar com a Princesa e ser feliz para sempre!

REI AZUL: Pois toquem as trombetas! Assim será feito! Quero uma grande festa! Um banquete que dure doze dias! Manuel casará com a Princesa e eles serão felizes para sempre!

 

(TOCAM AS TROMBETAS)

MÚSICA: E FORAM FELIZES PARA SEMPRE

TODOS: E foram todos felizes

               Vivendo com harmonia.

               Numa eterna paz.

               Numa eterna alegria.

               Na vida novo destino.

               Na vida novo sabor.

               Manuel e sua Princesa

               Num eterno amor.

 

               Quem procura acha

               Encontra com certeza.

               Manuel achou aquela

               Que será sua princesa.

               Que Deus me dê a sorte

               De encontrar aquele alguém.

               Que eu posso namorar

               Chamando de meu bem.

                A vida será assim

               Pra aquele que procurar..

               Procurar o seu destino

               Encontrar o seu lugar.

               E foram todos felizes

               Vivendo com harmonia.

               Numa eterna paz

               Numa eterna alegria

FIM

MANUEL DA BENGALA.jpg
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